quinta-feira, 18 de março de 2010

A sós...


É quando procuro a tristeza que percebo que faz parte de mim. Sempre fez. É quando penso que fujo dela que ela mais me aperta e me puxa a si. Choro, choro-te na vontade própria de uma criança que deseja um mundo inteiro. Abraço-te tristeza minha, abraço-te se me abraçares e entranhares no brilho baço do meu pensamento. Preciso do aconchego dos teus braços vestidos de lágrimas e prantos solitários onde o silêncio é o mote de cada instante nosso. Preciso olhar a tua mágoa e sentir o grito que em mim assombra o triste sorriso fingido. Olha-me nos olhos e abarca-me nas tuas mãos sem tempo nem história para contar. Que interessa o tempo quando a alma é eterna, quando o sentimento é linha traçada sem começo nem fim. Não consigo esticar o céu, não cabe em mim o tamanho-noite do teu toque negro, nem o espaço interessa quando o que sou é nada dentro de outro nada feito de nada. Não me deixes, tristeza mansa. Não me largues serenidade rasa, aperta-me a mão e faz-me chorar contigo em corrente lenta contrária ao rio da vida. Não me deixes só...

3 estrelinhas:

Anónimo disse...

Texto avassalador...

Anónimo disse...

Não aconselhável para quem gosta de viver na ilusão...

Anónimo disse...

Parabéns pelo texto.
Saber viver a tristeza é bem mais dificil que viver a felicidade.

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Obrigada pela visita...
Beijos de fada

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